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O que são as ‘migalhas emocionais’ usadas para manipular os outros

Trata-se de um padrão de comportamento no qual uma pessoa demonstra interesse sem ter intenção real de se comprometer
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Amanda Omura

Imagine que você conheceu uma pessoa no Tinder. Vocês começaram a se comunicar e se dão bem, até que você sentiu confiança de compartilhar os seus perfis nas redes sociais.

A conversa então mudou de plataforma e vocês já estão se comunicando há semanas pelo Instagram. De vez em quando, você publica uma história na plataforma e ele deixa um emoji. E, quando você compartilha uma foto, ele curte e deixa comentários.

Às vezes, ele dá bom dia para você por mensagem direta. Em outras ocasiões, ele envia fotos no trabalho para mostrar algo do seu dia a dia.

Até que você acredita que, como ele está conectado com você na rede social e você gosta do seu modo de ser, chegou a hora de dar o passo seguinte. Você o convida para sair, para se conhecerem pessoalmente e, assim, começar um novo tipo de relacionamento.

É aí que ele começa a dar desculpas. Diz que está muito ocupado, tem a agenda cheia de compromissos ou até que está doente. E nunca pode encontrar você.

Mas, enquanto deixa de aceitar os seus convites, ele continua interagindo com você da mesma forma nas redes sociais. E você continua respondendo, com a esperança de, algum dia, encontrá-lo fora da internet – o que nunca acontece.

Se este comportamento hipotético parece familiar, você pode ter sido vítima do que alguns psicólogos chamam de migalhas emocionais – ou breadcrumbing, em inglês.

Trata-se de um padrão de comportamento no qual uma pessoa demonstra interesse por outra de forma intermitente, mas constante, sem ter intenção real de se comprometer emocionalmente, nem estabelecer um relacionamento formal, segundo o professor de psicologia Raúl Navarro Olivas, da Universidade Castilla-La Mancha, na Espanha.

E é também uma prática de manipulação.

"A pessoa que pratica o breadcrumbing envia sinais à outra porque pretende manter sua atenção ou reforço intermitente", explica o professor. "Ele procura, com mensagens inconsistentes ao longo do tempo, fazer com que o outro sempre esteja presente."

É impossível identificar a sua origem, mas sabemos que este NÃO é um fenômeno atual. O que é recente é o uso do termo breadcrumbing.

"Estão aparecendo muitos termos, especialmente no mundo anglo-saxão, que não temos forma de traduzir com precisão. Isso, às vezes, dificulta as pesquisas", comenta ele.

Além do breadcrumbing, o professor se refere a conceitos como ghosting ou love bombing, usados para designar certos comportamentos que não são novos, mas foram potencializados com as redes sociais.
Alguns desses termos são parecidos e estão relacionados, mas, como explica Navarro Olivas, são separados nas pesquisas para melhor compreensão.

Breadcrumbing já é adotado por especialistas em comportamento de países como a Espanha, a Índia e os Estados Unidos.

Além do breadcrumbing, o professor se refere a conceitos como ghosting ou love bombing, usados para designar certos comportamentos que não são novos, mas foram potencializados com as redes sociais.

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