O transtorno de processamento sensorial é uma condição que afeta a forma como o cérebro processa as informações sensoriais (os estímulos). Ele pode afetar todos os sentidos ou apenas um. As crianças são mais propensas a ter TPS, mas os adultos também podem apresentar os sintomas.
A causa exata do distúrbio não é conhecida. Estudos preliminares sugerem que o TPS pode ser herdado. A síndrome é vista com mais frequência em pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) e outras deficiências de desenvolvimento.
Sinais e sintomas
A criança pode perceber os estímulos com mais ou menos intensidade. Alguns comportamentos podem sinalizar a condição, segundo o serviço de saúde do governo do Canadá:
Agitação e necessidade de estar sempre em movimento;
Reusa a ser tocado;
Recusa a comer certos alimentos por causa da sensação de mastigação;
Hipersensibilidade a odores e a certos tecidos;
Aversão a sujar as mãos;
Se sentir desconfortável com alguns movimentos, como balançar, deslizar ou descer rampas;
No caso de crianças pequenas, problemas para aprender a subir, descer escadas ou subir em uma escada rolante;
Dificuldade em se acalmar após o exercício;
Pular, balançar e girar excessivamente;
Parecer desajeitado, tropeçar facilmente ou ter equilíbrio ruim;
Excessivamente sensível ao som.
O diagnóstico e o tratamento
O diagnóstico é clínico. Os especialistas recomendam que os pais observem o comportamento dos filhos. Um profissional especializado pode diagnosticar a condição. Já o tratamento é feito por meio de terapia, concentrada em atividades que desafiam a criança com estímulos sensoriais.
Caso famoso
Giovanna Ewbank contou durante o podcast "Quem Pode, Pod" que o filho Bless, de 8 anos, foi diagnosticado com uma "síndrome sensorial", que acomete sentidos básicos, como audição, olfato, paladar, visão e tato.
"Durante a pandemia, o Bless começou a ficar muito aéreo, [fazendo] algumas coisas que eu achava um pouco estranhas. Comecei a achar que ele poderia ter um grau de autismo, até que uma médica em São Paulo o diagnosticou com uma síndrome sensorial. Ele ouve mais do que nós todos, ele sente mais, sente mais cheiro", disse.
A apresentadora disse que chegou a repreendê-lo, achando que era frescura. E que, após o diagnóstico, se sentiu culpada.
"A gente teve que entender, observar, se adaptar. E hoje, o Bless vive com essa síndrome sensorial muito bem. Mas foi preciso o meu olhar, o olhar do Bruno [Gagliasso], o olhar de vários médicos para que a gente entendesse a condição do Bless. Eu poderia pensar que era frescura pelo resto da vida", admitiu.