Um estudo desenvolvido pelo governo federal identificou que 1.942 municípios — mais de um terço do total — têm moradores em áreas consideradas suscetíveis a desastres naturais, como deslizamentos, enxurradas e inundações.
O registro é quase 140% maior do que o levantado pelo governo federal há 12 anos. À época, 821 municípios foram listados como suscetíveis a estragos causados por fenômenos naturais.
De acordo com o mais recente levantamento, 8,9 milhões de pessoas moram em regiões consideradas de risco nessas cidades.
Os números integram um documento conjunto da Casa Civil e dos ministérios do Desenvolvimento Regional, das Cidades, da Ciência e Tecnologia, de Minas e Energia e do Meio Ambiente.
As informações devem municiar o direcionamento de recursos do governo federal para a Defesa Civil e o desenvolvimento de ações, como o Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil.
O estudo aponta que as Regiões Sudeste e Nordeste têm o maior número de municípios com áreas de risco.
Minas Gerais é o estado com o maior registro de cidades na lista (283), e São Paulo tem a maior população exposta a áreas suscetíveis a desastres naturais (1.552.836).
A Região Centro-Oeste tem o menor percentual de registro de eventos e de pessoas expostas aos riscos.
Os dados utilizados pelo levantamento não consideram eventos ocorridos em 2023. Segundo o estudo, a lista de cidades com áreas de risco é "dinâmica, podendo passar por alterações à medida que novos eventos ocorram e que as bases de dados sejam atualizadas".
Para a construção da lista, o governo levou em consideração:
lista de municípios críticos de 2012;
registro de óbitos entre 1991 e 2022;
registros de eventos entre 1991 e 2022;
desalojados ou desabrigados no período de 1991 a 2022;
estimativa de população em áreas mapeadas com riscos geo-hidrológicos;
vulnerabilidade a inundações da Agência Nacional de Águas;
e dias de chuvas acima de 50 mm, de 1981 a 2022.