O governo do presidente Joe Biden aprovou, pela primeira vez, uma ajuda militar direta dos Estados Unidos para Taiwan. A China, que considera que Taiwan é parte do território dela, afirmou nesta quinta-feira (31) que poderá haver consequências para "a segurança" da ilha.
O anúncio de que os EUA iriam dar dinheiro para Taiwan foi feito pelo Departamento de Estado (órgão equivalmente ao Ministério de Relações Exteriores) ao Congresso do país na terça-feira. Foram anúnciados US$ 80 milhões (cerca de R$ 395,2 milhões).
O Departamento de Estado dos EUA não deu explicações sobre a ajuda publicamente, mas uma fonte familiarizada com o anúncio disse que na prática o dinheiro vai ser empregado em melhoras na vigilância no mar.
A assistência precisa da aprovação do Congresso, o que é praticamente certo, uma vez que tanto os legisladores democratas quanto os republicanos apoiam Taiwan.
Essa é a primeira vez que os EUA dão dinheiro para Taiwan por um programa do governo americano chamado Financiamento Militar Estrangeiro.
Reação da China
O Minstério da Defesa da China afirmou que a ajuda militar dos EUA vai prejudicar a ilha.
Wu Qian, um porta-voz do MInistério da Defesa da China, disse que "a ajuda e as vendas militares dos EUA para Taiwan apenas alimentam o complexo militar-industrial americano e prejudicam a segurança e o bem-estar dos compatriotas de Taiwan".
"Nesse sentido, o Exército de Libertação Popular irá, como sempre, tomar todas as medidas necessárias para contrabalançá-las com determinação", afirmou ele (Exército de Libertação Popular é o exército chinês).
EUA e a política da ambiguidade estratégica
O governo da China não reconhece a existência do Estado de Taiwan --para os chineses, a ilha é parte do território chinês.
Os EUA têm uma política de ambiguidade estratégica --para poder manter relações com a China, oficialmente, os americanos não reconhecem Taiwan como um Estado, mas na prática agem como se Taiwan fosse um país independente.