Você está em:

Rebeldes republicanos desafiam Trump, que enfraquece

Ex-presidente intercede por eleição de Kevin McCarthy à presidência da Câmara e perde controle sobre ala radical do partido
Picture of Amanda Omura

Amanda Omura

Inconformado com a derrota nas urnas, há dois anos Donald Trump incitou seus seguidores a reagirem contra a vitória de Biden, e eles invadiram o Capitólio. Esta semana, o ex-presidente americano instou os 20 congressistas rebeldes republicanos a destravarem o impasse na Câmara e votarem em Kevin McCarthy para presidente da Casa, e eles não obedeceram. Algo mudou no reino de Trump.
O desgaste de 11 rodadas de votação é provocado pela ala radical dos republicanos, que sempre se ajoelhou diante do ex-presidente, mas agora o desafia abertamente. O apelo de Trump pela união do partido, publicado na rede TruthSocial, era direcionado especificamente aos seus correligionários – os que querem empurrar a legenda para a extrema direita e são chamados de talibãs legislativos.
Uma das radicais, a deputada Lauren Boebert, do Colorado, aproveitou para estocar Trump, a quem costumava jurar lealdade: em vez de ligar aos congressistas para pedir apoio ao candidato, o ex-presidente deveria dizer a McCarthy para retirar-se da disputa, atestou ela no plenário.
A caótica eleição do presidente da Câmara, que agora tem maioria republicana, expôs também o enfraquecimento de Trump e a perda de influência sobre o partido, tornando ainda mais incerto o caminho para obter a indicação republicana à Casa Branca, em 2024.
Ultimamente, a coleção de reveses do ex-presidente só aumenta. Nas eleições de meio de mandato, tornou-se o grande derrotado, ao se engajar pessoalmente em campanhas de candidatos que não se elegeram. A maioria negava, como ele, o resultado das eleições de 2020. Enquanto isso, seu principal adversário no partido, o governador Ron DeSantis, reelegeu-se com facilidade na Flórida e se fortaleceu.

No apagar das luzes da legislatura democrata, a Câmara dos Representantes liberou as declarações de imposto de renda do ex-presidente entre 2015 e 2020, que ele sempre se recusou a revelar. De acordo com o Comitê de Tributação, Trump alegou prejuízos financeiros durante a sua presidência para reduzir a sua carga tributária. E em 2020, último ano de mandato, não pagou imposto de renda. Além disso, a Trump Organization foi condenada por fraude fiscal, entre a série de processos judiciais que envolvem suas empresas.

Posts Relacionados

Onda de bloqueios de rodovias se espalha na Bolívia

Onda de bloqueios de rodovias se espalha na Bolívia

Morales está sendo investigado pelo Ministério Público por supostamente abusar de uma menor de idade em 2015, quando era presidente

EUA anunciam novas sanções contra Irã após ataque

EUA anunciam novas sanções contra Irã após ataque

Medida anunciada pelo Departamento do Tesouro americano amplia restrições aos setores petrolífero e petroquímico iranianos

Israel anuncia novo pacote de ajuda militar dos EUA

Israel anuncia novo pacote de ajuda militar dos EUA

o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, pediu à comunidade internacional que pare de enviar armas a Israel

França e EUA trabalham em plano de cessar-fogo

França e EUA trabalham em plano de cessar-fogo

No Conselho de Segurança da ONU, chanceler francês disse que Líbano pode atingir ponto de não retorno em caso de uma guerra

Economia encolhe mais do que o esperado na Argentina

Economia encolhe mais do que o esperado na Argentina

O governo de Javier Milei afirma que as medidas de corte de custos são necessárias para controlar a inflação mais alta do mundo

Pagers: Hezbollah usa aparelho da década de 1990

Pagers: Hezbollah usa aparelho da década de 1990

Dispositivos de membros do grupo extremista explodiram nesta terça (17), deixando mortos e ferindo centenas de pessoas

Trump não chegou a entrar na mira de suspeito

Trump não chegou a entrar na mira de suspeito

Rowe também confirmou em coletiva que o suspeito não realizou disparos e fugiu do local assim que foi avistado

Câmara dos deputados do México aprova reforma

Câmara aprovou uma reforma judicial que institui o voto direto para cargos do Judiciário no país. O projeto segue agora para o Senado

pt_BRPortuguese